
Assim como acontece com os humanos, os cães também podem sofrer com doenças cardíacas. É mais comum que elas apareçam em animais mais idosos e em algumas raças específicas, que têm predisposição genética, mas prevenção nunca é demais. Como as duas principais doenças cardíacas caninas não têm cura, a detecção precoce e o tratamento adequado são muito importantes.
Estima-se que cerca de 10% dos cães atendidos em clínicas e hospitais veterinários sofrem de alguma alteração cardíaca, e esse número pode chegar até a 35%, se considerarmos cães acima de 13 anos de idade.
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“Existem diversas causas que levam a um mau funcionamento do coração dos cães. As duas doenças mais frequentes são a doença valvar crônica (DVC) e a cardiomiopatia dilatada (CMD). Ambas não têm cura, mas o paciente pode se beneficiar muito com o tratamento clínico, que confere alívio dos sintomas e qualidade de vida, especialmente se a doença for identificada no início”, afirma a médica-veterinária Gabriela Rosa, gerente técnica para animais de companhia da Boehringer Ingelheim Saúde Animal.
Por dentro das válvulas
O coração é uma espécie de bomba que impulsiona o sangue que circula pelo organismo, levando oxigênio e nutrientes. Os cães, assim como outros mamíferos, têm dois átrios e dois ventrículos, que são separados por válvulas responsáveis por manter o fluxo sanguíneo no caminho correto. De forma simplificada, o funcionamento do coração se dá por meio de um sistema de abrir e fechar as válvulas, aliado à contração e ao relaxamento do músculo cardíaco.
A DVC acomete justamente as válvulas do coração e as estruturas que as sustentam. É a cardiopatia mais comum em cães e, embora a doença acometa mais frequentemente aqueles cães com idade avançada e de raças pequenas – como maltês, poodle e dachshund –, aqueles com predisposição genética para a doença podem desenvolver sinais ainda jovens, como é o caso da raça cavalier king charles spaniel.
Já a CMD é caracterizada pela perda da função do músculo cardíaco, prejudicando a capacidade de contração do coração. A doença é mais comum em cães de grande porte, como boxer, dogue-alemão, labrador e, especialmente, o dobermann, que tem predisposição genética para o desenvolvimento da doença.
“À medida que essas doenças avançam, o coração perde sua função de bombeamento, e o cão pode desenvolver um quadro chamado insuficiência cardíaca congestiva (ICC). O uso de Vetmedin, medicamento para tratamento dos sinais leves, moderados ou severos da ICC em cães, promove a vasodilatação mista, ou seja, aumenta o diâmetro de artérias e veias, e aumenta a força de contração do coração, possibilitando que o sangue seja bombeado com maior facilidade, garantindo mais qualidade de vida aos animais”, afirma Gabriela.
Por isso, a recomendação é que os cães a partir dos sete anos passem por consultas regulares para detectar essas e outras doenças precocemente. E os tutores devem ficar atentos a alterações na saúde e no comportamento dos pets. Quanto mais cedo for iniciado o tratamento, melhores as chances de os cãezinhos terem uma vida mais longa e de qualidade.
Quando preciso correr para o veterinário?

Para ajudar a diagnosticar se o seu bichinho precisa de ajuda especializada, listamos alguns dos principais sinais que podem indicar alterações no coração dos cachorros:
- Fadiga;
- Tosse seca;
- Indisposição;
- Respiração acelerada;
- Falta de ar;
- Apatia;
- Anorexia;
- Emagrecimento;
- Desmaios,
- Língua e mucosas arroxeadas.
Se notar alguns desses sinais, procure um veterinário o mais rápido possível! Além dessas questões, o pet também pode estar com dirofilariose canina, uma espécie de verme do coração. Então procure um especialista que saberá identificar qual a doença e passará as orientações corretas.
Com informações da Petz